sexta-feira, 13 de março de 2009

Depois de um ano novo... FELIZ ANIVERSÁRIO!!!

Para ler ouvindo "Outros Sonhos" do Chico Buarque

Para que não tem a música aí vai o link do youtube http://www.youtube.com/watch?v=LIs9anDRns0

OBS: NÃO ASSISTA O VÍDEO! Dá medo! Apenas ouça-o enquanto lê. Grato


Logo de manhã acordar bem cedo e aproveitar o Sol. E como se toda a ironia da vida já não fizesse um barulhão... Foi pisarmos na areia da praia que uma sinfonia de gotículas, nem tão finas para serem garoa, nem tão voluptuosas (voluptuoso soa tão voluptuoso, não?), nem tão voluptuosas para serem consideradas chuva, invadiu a nossa vontade de "país tropical banhado pelo mar".´
Após o descontentamento inicial resolvemos caminhar entre a àgua que dançava no chão e a que vinha cambaleando do céu. E foi só aceitarmos que a tarde seria assim, úmida, que o céu se abriu e com ele um alçapão se abriu na areia e e nós caímos no castelod e um príncipe. E o príncipe, um lindo príncipe de baixa estatura, nos recebeu sorrindo. Ele nos levou ao jardim e as flores, todas, nos deram bom dia. No dia seguinte, certamente, um de nós se casaria com alguma delas... Talvez a meis cheirosa, ou a mais sedosa, ou com mais espinhos. Não sei. Mas um de nós certamente se casaria.
E no casamento todos cantávamos e bebiamos em comemoração àquele jovem amor. A questão é que quando a flor jogou seu Buquê, descobrimos tratar-se de um buquê de chuva e, no fim, se atirava feito um Kamikaze, nas minhas mãos de menino, um temporal desses típicos dos dias de carnaval usados pro Deus para refrescar a multidão. Eu segurei o buquê, ou o temporal, como preferir, até não poder mais. E quando quase não aguentava mais alguém cantou "Amor I Love You", eu lembrei de você e desaguei. Pasmem. eu dormia e sonhava, e o meu sonho foi invadido por uma música da Marisa Monte e a música, como se controlasse essa minha televisão particular, os meu sonhos, mudou de canal sintonizando no canal em que você sorria.
E enquanto eu olhava sua vontade de peixinho de nadar sem parar do profundo à superfície, do profundo à superfície, do profundo à superfície, que pensei em te dizer que jamais desaguaria a tempestade da flor em um aquário. Bem... Abri as mãos e virei um rio, desaguei como um rio. Que é pra você ser livre. Que é Pra você saber que nessa minha correnteza transparente e pedregosa, o meu coração, você, peixinho, pode nadar até muito longe.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Amores Perfeitos

Tudo começou num terreno grande. Era fim de outono e o sol denso e vermelho se deitou na terra e o fim de tarde sorriu... e as alfaces sorriram e o vira-lata e o pastor belga... todos sorriram. Sorriu também a menina de cabelos cacheados em seus precipitados cinco anos, entendendo, enquanto caia o vermelho, que ainda se apaixonaria. Sob a terra, como se abraçadas pelo sol, três sementes confusas brotaram sem imaginar que, na verdade, o frio chegaria em breve. E o frio chegou e o sol se tornou um fiozinho morno exclusivo dos dias de céu aberto. No grande terreno lutavam pela vida os delicados pezinhos verdes com sua meia dúzia de folhas novas. Gritavam pela vida como um menininho que solta pipa pela primeira vez.
Como quem ama agüentaram o fim do inverno e o ressoar da primavera.
Depois de se acostumarem com o frio intenso todo aquele calor eminente acabou foi por deixar as plantinhas completamente mareadas... Os vasos dilatados, a seiva correndo rápida e toda aquela sensação de enjôo. No terceiro dia foi inevitável. Uma das plantinhas não se contem e vomita um "troço" roxo. As vizinhas enojadas vomitam logo em seguida, amarelo e vermelho, respectivamente. Mais 24 horas e acordavam para o sol três amores perfeitos. A menina corre. Arranca-os, coloca-os em um vaso. Sentia seu coração disparar. As mãos geladas. Procurava por alguém em alguma rua feita de fim de tarde... Deixou o vaso num canto e correu por uma porção de vielas vazias... Quando e deu conta... já havia perdido o vaso e as flores... Chorou sentada no asfalto. As flores, o amor pra quem as entregaria, esquecidos juntos em algum lugar. Seus amores perfeitos se perderam. Foram levados por alguém sem coração e plantados numa floreira quase sem terra numa praça fedida. E eles haviam nascido num desses terrenos... num... num desses terrenos como o meu coração... como o meu coração... um terreno grande com um sol vermelho se deitando sobre ele e as alfaces gargalhando junto com uma menininha de cabelos encaracolados que descobre, sabe-se lá porque, naquele momento, que ainda vai amar... E vai... É... E vai...